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Hálux valgo, o famoso Joanete


O que é?


Hálux valgo ou como é mais conhecido joanete é definido como desvio lateral (em valgo) do hálux, acompanhado de um desvio medial da cabeça do primeiro osso metatarsiano. Acomete cerca de 15 mulheres para cada homem na população. Entre os fatores que originam a deformidade podemos citar fatores intrínsecos, ou seja, próprios do paciente e fatores extrínsecos ou externos.

Os principais fatores intrínsecos relacionados são: anatomia alterada do complexo metatarso falangico, hiperfrouxidao ligamentar, doenças sistêmicas (artrite reumatoide, neuromusculares), pé plano. Fator extrínseco principal uso de calçado de câmara anterior estreita e elevados, muito comum entre as mulheres, o que explica em grande parte a prevalência do sexo feminino nessa patologia.

Os principais sintomas encontrados são dor na bursa medial, calosidade local, dificuldade de usar calçado, metatarsalgia( dor no metatarsos) ocasionada pelo desvio da carga para a parte lateral do pé.


Tratamento do Joanete

Mitos e fatos

Inicialmente tenta-se tratamento conservador com adequação de calçado mudança de estilo de vida. O uso de órtese e afastadores é pouco eficiente pois não corrige a deformidade. Na falha do tratamento conservador e o paciente com diminuição de qualidade de vida indica-se tratamento cirúrgico.

Entre as possibilidades de cirurgia para correção hoje contamos com dois tipos: cirurgia aberta e cirurgia percutânea cada uma tem prós e contras e falaremos das duas.


Cirurgia aberta

  • Nesse tipo de cirurgia normalmente o cirurgião utiliza um garroteamento do membro operado para impedir o fluxo de sangue

  • Entre as opções de anestesia pode ser realizado raquianestesia ou sedação com anestesia local

  • Incisões na pele são realizadas e o local depende da indicação da cirurgia.

  • Normalmente realiza-se osteotomias, que são cortes no osso, para corrigir a deformidade e que na maioria dos casos são fixadas com parafusos e/ou placa.

  • O tempo cirúrgico varia de 30 a 60 minutos para cada pé sendo possível operar os 2 pés na mesma cirurgia.

  • Paciente tem alta no mesmo dia andando com uso de sandália pós operatória

  • A dor pos operatório é bem suportável com uso de analgésicos e gelo.

  • As principais complicações desse procedimento documentadas são pouco frequentes mas podem ocorrer: infecção da ferida operatória, falha de consolidação da osteotomia, soltura dos implantes, recidiva da deformidade, perda de sensibilidade do hálux.

Cirurgia percutânea:

  • Cirurgia que surgiu na escola europeia na década de 90

  • Nesse tipo cirurgia realiza-se as correções através de pequenas incisões utilizando geralmente brocas especificas para a realização das osteotomias que podem ou não ser fixadas com implantes (fios de aço ou parafusos).

  • Apresenta como vantagens pouca agressão de partes moles,o que é uma grande vantagem nos pacientes idosos e com comorbidades, reabilitação mais precoce.

  • Como desvantagem podemos citar técnica mais complexa e que depende de um tempo maior de aprendizagem pelo cirurgião.

  • Complicações: infecção da ferida operatória, falha de consolidação da osteotomia, soltura dos implantes, recidiva da deformidade, perda de sensibilidade do hálux.

  • Os dois tipos de cirurgia apresentam excelentes taxas de sucesso e padrão de dor pós operatório semelhantes.

  • O tipo de cirurgia vai depender muito da experiência do cirurgião, da demanda física do paciente, idade e presença ou não de comorbidades.

Principais Mitos relacionados ao joanete

A cirurgia do Joanete certamente é uma das principais que geram mitos, isso porque principalmente pacientes mais idosas que operaram há mais de 30 anos relatam dor, incapacidade de poder andar por meses e grande taxa de recidiva.

Como tudo na medicina a cirurgia do joanete também evoluiu bastante. Houve um grande avanço desde a anestesia e dor pós operatória bem como em relação as técnicas e uso de implantes que diminuem as taxas de recidivas.

Hoje o paciente sai andando após a cirurgia com uso de sandália de cunha alivio, a presença de dor é mais comum na primeira semana e bem tolerável com uso de analgésico e crioterapia. O tempo total de recuperação gira em torno de 6 a 8 semanas e o retorno a atividades físicas de impacto com 3 a 6 meses.

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