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Lombalgia, o que é?



O que é?


A lombalgia ou dor lombar é a “dor ao fundo das costas” onde se localiza a região lombar. A dor na coluna lombar é uma das queixas médicas mais frequentes, que se estima afetar até 90% dos adultos ao longo da vida. Cerca de um terço da população dos países desenvolvidos apresenta queixas regulares de dor na coluna lombar, sendo uma das principais causas de recurso ao médico assistente e de absentismo laboral.


A dor de costas, referida muitas vezes como lumbago, está na maioria dos casos relacionada com problemas da coluna lombar, mas há muitas outras causas, tornando o diagnóstico definitivo e preciso muito difícil. Felizmente as situações agudas são habitualmente auto-limitadas, não necessitando de exames ou tratamento específico.


Na maioria dos casos a dor lombar surge de forma súbita, a lombalgia aguda que, embora possa ser particularmente intensa e incapacitante, é normalmente auto-limitada.

Mais raramente a dor arrasta-se no tempo, evoluindo como lombalgia crónica quando a duração é superior a 12 semanas.


Causas:


A lombalgia pode ser devida a múltiplas causas. Muitas vezes surge com a realização de um movimento ou ao pegar num objeto, a chamada lombalgia de esforço. Contudo, na maioria dos casos crónicos está relacionada com as alterações que ocorrem na coluna à medida que envelhecemos. Este processo degenerativo inicia-se muito cedo, antes dos 30 anos, e torna a coluna mais suscetível à dor, especialmente quando é muito solicitada por atividades laborais ou recreativas pesadas, levando à lombalgia mecânica.


Outras causas podem ser lesões ou degenerescência dos discos intervertebrais, artrose da coluna (espondilose), deslizamentos vertebrais (espondilolistese), ou aperto da coluna (estenose vertebral). Embora a escoliose infantil ou do adolescente não provoque dor, no adulto pode associar-se à artrose e instabilidade da coluna levando ao aparecimento de queixas lombares.


Diagnóstico:


A lombalgia manifesta-se como dor, desconforto ou tensão nas costas. A intensidade é variável, podendo mesmo mudar ao longo do dia, com o movimento, posição ou atividade.

Sentar ou deitar alivia os sintomas na maioria das pessoas. Tanto pode ser bem localizada no centro das costas ou mais lateralmente, como mais difusa. Outros sintomas possíveis são rigidez, dor irradiada para as nádegas, virilha ou pernas, ciática, adormecimento ou alterações da força. As dores lombares que se prolongam no tempo, febre, arrepios, ou perda de peso são sinais de alarme e o doente deve procurar um médico de imediato.


O diagnóstico é evidente na maioria das situações, e na dor aguda não são habitualmente necessários exames adicionais. Apenas em caso de ausência de resolução dos sintomas, traumatismo, febre ou emagrecimento deveremos avançar com exames auxiliares de diagnóstico.


As radiografias (RX) podem mostrar diversos sinais de artrose da coluna, mas a utilidade deste exame é limitada uma vez que estas alterações estão presentes na maioria das pessoas, mesmo assintomáticas. Dependendo do exame clínico podem ainda ser requisitadas análises sanguíneas, Tomografia Computorizada (TAC), Ressonância Magnética (RMN) da coluna, Cintigrafia óssea ou Densitometria óssea (DEXA).


Tratamento:


O tratamento conservador, não cirúrgico, está indicado na maioria das situações e é eficaz:


- Medicamentos (ou remédios) anti-inflamatórios e analgésicos, podem aliviar a dor e permitir uma reabilitação mais adequada;

- Fisioterapia, incluindo aplicação de calor, gelo, massagem, ultrassons ou electroestimulação. O reforço muscular ativo, e o treino cardiovascular estão igualmente indicados;

-Coletes ou ortóteses lombares, são úteis para alguns doentes, mas provocam descondicionamento muscular pelo que não devem ser usados sistematicamente;

- O repouso pode ser necessário temporariamente, mas deve ser desaconselhado e preferir a recuperação ativa.


Determinados pacientes podem beneficiar de intervenções minimamente invasivas como infiltrações articulares, bloqueios nervosos ou radiofrequência.


A cirurgia, envolvendo a fusão de segmentos vertebrais ou substituição de discos intervertebrais (prótese ou artroplastia de disco) só muito raramente está indicada na lombalgia, e apenas uma vez esgotados os meios não cirúrgicos.

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